Vivência prática de enfermeiros durante a graduação: repercussões no processo de aprendizagem

Abstract

RESUMO Introdução: A vivência da prática exercida pelo estudante de graduação em enfermagem ocorre durante todo o período da graduação. Entretanto, é no último ano que essa atividade se intensifica e é denominado de estágio supervisionado obrigatório, fase crucial para sedimentar o desenvolvimento do futuro profissional. Neste contexto, surge o profissional que atua como preceptor nas atividades práticas do estudante, que tem a função de introduzir o estudante na realidade de trabalho da profissão. Objetivo: Compreender a percepção do enfermeiro sobre as atividades práticas desenvolvidas durante a graduação e sua contribuição para o desempenho profissional. Método: Pesquisa de abordagem qualitativa, com população de enfermeiros, lotados no Instituto de medicina integral de Pernambuco- Imip. A coleta de dados foi realizada entre os meses de Agosto e Setembro por entrevistas semiestruturadas, onde um roteiro com 04 perguntas disparadoras foi utilizado, foram gravadas através de aparelho celular e aconteceram em sala previamente reservada da unidade hospitalar, no horário da conveniência do participante, estando presentes apenas a pesquisadora e o participante, visando manter sigilo e confidencialidade, atendendo a resolução 510/2016. Foram utilizadas quatro perguntas disparadoras: Como foram suas práticas durante a graduação? Havia espaço para realizar os procedimentos? O preceptor estava próximo no momento da execução dos procedimentos para tirar dúvidas? Os campos de estágio favoreceram o aprendizado? A amostra foi composta por saturação, posteriormente, realizada a transcrição na íntegra e utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardin, seus conteúdos foram avaliados por categorias e frequência das respostas semelhante. Resultados: Esta dissertação originou dois produtos, um artigo intitulado: Percepção dos enfermeiros sobre as suas vivências práticas durante a graduação; e um relatório técnico, intitulado: relatório sobre a percepção dos enfermeiros na sua primeira prática profissional. No total foram nove participantes, todas do sexo feminino e sem filhos, três são do interior de Pernambuco e vieram residir em Recife para estudar e trabalhar. nove, oito estavam formadas a menos de cinco anos, três cursaram residência em enfermagem, cinco cursaram especialização A partir das entrevistas com as participantes, emergiram quatro categorias: Percepção de práticas: Dinâmica de estágio; Atuação da preceptoria e Ambiente físico. De acordo com os discursos das entrevistadas, as aulas práticas permitem aos estudantes aperfeiçoarem as técnicas vistas na teoria, bem como, o acompanhamento dos casos reais de estudo e aplicação dos procedimentos. Essa atividade permite o alinhamento entre teoria e prática para a solidificação do conhecimento e são desenvolvidas as habilidades profissionais, além de aperfeiçoar técnicas e procedimentos realizados diariamente no exercício da profissão. Assim, o período de aprendizagem em ambiente real contribui para formação de profissionais capacitados, através da realização de atividades em ambiente real, sob supervisão, o que proporcionará melhor preparação para enfrentar o mercado de trabalho. Conclusões: Esse estudo permitiu entender as potencialidades do período de atividades práticas, como forma de exercitar o conhecimento teórico e a contribuição do papel do preceptor, sendo um elo de ligação entre o teórico e a realidade na prática e o ambiente físico, onde foi possível observar discrepâncias entre o esperado e a realidade. Assim como, foram observadas fragilidades nesse processo, como: o grande número de estudantes por grupos de estagiários em cada unidade de atuação e a ausência de atividades em alguns momentos. Essas fragilidades podem trazer prejuízos ao profissional de enfermagem em formação, repercutindo diretamente nas futuras tomadas de decisões profissionais, no desenvolvimento da consciência crítica e nas reflexões a respeito das múltiplas formas de atuação desses sujeitos enquanto enfermeiros.

Palavras-chave: Percepção; Atividades práticas; Educação em enfermagem.