Educação em saúde bucal de adultos atendidos em uma unidade móvel odontológica de Pernambuco: uma pesquisação Recife

Abstract

Introdução: Dentre as doenças bucais, a cárie dentária e a doença periodontal são ainda muito prevalentes na maioria da população mundial. A escovação dentária adequada associada ao fio dental, ainda é considerada o principal e mais efetivo meio de prevenção das doenças bucais. Por essa razão, intervenções educativas para motivar os pacientes a realizarem uma higiene bucal eficiente são cada vez mais empregadas. Objetivo: Avaliar uma intervenção educativa de saúde bucal em pacientes atendidos em uma Unidade Móvel de Pernambuco e produzir material educativo em forma de podcast. Método: Neste estudo longitudinal com comparativo do tipo antes e depois foram avaliados em 34 pacientes o índice de placa visível (IPV) e índice de sangramento gengival (ISG) na admissão dos pacientes no estudo e com 6 semanas, e também foram aplicados formulários antes e após o tratamento, a fim de identificar a percepção dos pacientes quanto a sua higiene bucal e se as intervenções educativas promovidas por cirurgiões-dentistas e auxiliares de saúde bucal sobre escovação e uso do fio dental influenciaram nos seus hábitos de higiene bucal. Esta foi aprovada pelo Comitê Ético em Pesquisa da Faculdade Pernambucana de Saúde, CAAE 76815617.1.0000.5569. Resultados: Verificou-se que a maioria é do sexo feminino (79,4%), possui idade entre 30 e 39 anos (38,2%), fez o ensino médio/superior (41,2% - apenas um fez o ensino superior) e mora na zona urbana (94,1%). Na distribuição da percepção e práticas dos pacientes relacionadas à saúde bucal, a maioria considerou que a falta ou a má aparência dos dentes dá vergonha no relacionamento com outras pessoas (90,9%), escova os dentes 3 ou mais vezes ao dia (61,8%), acha que escova bem os dentes (67,6%), não utiliza o fio dental durante o dia (61,8%), já percebeu algum sangramento na gengiva ao escovar os dentes (67,6%) e fez o último tratamento ao mais de um ano (52,95). Na distribuição dos fatores relacionados ao conhecimento prévio dos pacientes quanto à sua saúde e higiene oral, verificou-se que a maioria acredita que: o dentista não é o único responsável pela saúde dos seus dentes (79,4%), a saúde da boca pode causar problemas no estado de saúde geral de uma pessoa (97,1%), quanto mais cedo se procura o dentista, menos caro e menos doloroso será o tratamento (100,0%), sabe que está com dente cariado quando em um buraco no dente (58,8%) e acredita que a cárie é resultado de pouca escovação (63,6%). Este estudo teve como produto um podcast educativo ao público com instruções sobre saúde bucal e higienização oral. Na comparação da distribuição do IPV e ISG entre no primeira e sexta consulta de avaliação. Verificou-se que o IPV e o ISG apresentaram redução significativa entre a 1º consulta e 6º consulta (ambos apresentaram p-valor < 0,001), sendo a redução de 10,52 pontos no IPV e de 7,04 pontos no ISG. Ao comparar o IPV entre a 1ª consulta e 6ª consulta percebeu-se que o IPV foi significativo para todas as categorias de sexo, faixa etária e escolaridade. Para o ISG o teste não foi significativo apenas no sexo masculino (p-valor = 0,128) e ensino fundamental incompleto (p-valor = 0,093). Nas demais categorias foi verificada redução significativa do ISG. E como produtos deste trabalho foram desenvolvidos um artigo cientìfico e um podcast educativo com orientações em saúde bucal. Conclusão: Observou-se que atividades educativas em saúde bucal são eficazes para a melhoria da saúde bucal dos pacientes tanto em nível motivacional quanto clínico. Recomenda-se realizar cada vez mais programas de prevenção que facilitem o entendimento e aceitação dos indivíduos para as boas práticas em higiene bucal.