Avaliação da qualidade dos problemas utilizados nos grupos tutoriais do curso de nutrição de uma faculdade no nordeste do Brasil

Abstract

RESUMO Introdução: a aprendizagem baseada em problemas vem se mostrando efetiva para o desenvolvimento da autonomia do estudante, através da colaboração, trabalho em equipe e desenvolvimento de pensamento crítico. O qualidade do problema é crucial para a qualidade da discussão entre os estudantes, pois atua como gatilho para a aprendizagem construtiva e contextual. Objetivo: avaliar a qualidade dos problemas utilizados nos grupos tutoriais do curso de Nutrição da Faculdade Pernambucana de Saúde. Método: realizado um estudo de corte transversal envolvendo com estudantes dos três primeiros anos do curso. A avaliação da qualidade dos problemas utilizou Escala para Avaliação da Qualidade do Problema, tipo Likert com cinco níveis de resposta validada para o português do Brasil, contendo 32 itens agrupados em cinco fatores: 1) “A medida em que o problema leva à formulação dos objetivos de aprendizagem pretendidos”; 2) “A medida em que o problema é familiar aos estudantes”; 3) “A medida em que o problema interessa estudantes”; 4) “A medida em que o problema promove a aprendizagem colaborativa”; e 5) “A medida em que o problema estimula o raciocínio crítico". Para a análise da qualidade do problema foram calculados os escores médios de cada fator que compõe a escala através da média aritmética simples do conjunto das respostas dos itens que correspondem a cada fator. Atribuiu-se grau de qualidade, considerando os seguintes pontos de corte para os escores médios: baixa qualidade: 0 a ≤ 3,0; boa qualidade: >3,0 a < 4,0; e ótima qualidade:> 4,0 a 5,0. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Pernambucana de Saúde - CAAE: 63065116.6.0000.5569. Resultados: foram incluídos avaliados 77 problemas avaliados por 153 estudantes, resultando em 433 avaliações. Os problemas, no geral, foram considerados de “boa 7 qualidade” (escore médio 3,84). O fator 1 (“até que ponto o caso orienta a identificação dos objetivos de aprendizagem”) e o 4 (“até que ponto o caso promove aprendizagem colaborativa”) foram avaliados com “ótima qualidade” (escore médio ≥4,0). Os demais fatores foram considerados de “boa qualidade” (escores médios >3,0 e <4,0) pelos estudantes. Não foram encontradas associações entre as condições socioeconômicas e acadêmicas dos tutores e a qualidade dos problemas, apenas entre o estudante pertencente ao estrato de menor renda e avaliações com maiores escores médios. Conclusão: os problemas apresentaram boa qualidade de acordo com a percepção dos estudantes, sobretudo, nos aspectos da identificação dos objetivos de aprendizagem e promoção da aprendizagem colaborativa. Palavras-chave (DeCS): Aprendizagem baseada em problemas; Qualidade; Problema; Nutrição.