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Title: Objective Structured Clinical Examination (OSCE) como ferramenta avaliativa no curso médico da Faculdade Pernambucana de Saúde: treze anos de experiência
Authors: BARBOSA JÚNIOR, Severino de Souza
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Mestrado Profissional em Educação para o Ensino na Área de Saúde
Keywords: Avaliação
Educação médica
Competência profissional
Issue Date: 2019
Abstract: INTRODUÇÃO: Competência profissional é a capacidade de integrar conhecimentos, habilidades e atitudes no contexto do trabalho, a serviço do indivíduo e da comunidade. As competências básicas, pessoais e profissionais para os estudantes de medicina são orientadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, que recomendam a utilização de metodologias ativas e avaliação do processo de ensino-aprendizagem. Essa avaliação pode ser formativa e somativa e inclui diferentes estratégias. Em função da dificuldade em analisar competências, em 1975 Harden desenvolveu o OSCE (Objective Structured Clinical Examination) no Reino Unido. Trata-se de um modelo baseado em estações planejadas para que os estudantes demonstrem como fazer a competência testada. A estruturação do exame inclui definição do número e duração das estações, estratégia de feedback aos estudantes, formulação de planos de exame ou blueprints e critério de avaliação. Atualmente considerado padrão-ouro para avaliar competências, o OSCE vem sendo implementado em várias escolas no mundo e no Brasil. No Brasil, a primeira escola a implantar o OSCE foi a Universidade Estadual de Londrina, em 1991. O Revalida também utiliza essa ferramenta. Em Pernambuco, a Faculdade Pernambucana de Saúde foi fundada em 2006, adota em seu currículo o método da Aprendizagem Baseada em Problemas e utiliza o OSCE como uma das ferramentas avaliativas para os estudantes do curso médico. O OSCE é aplicado como Teste de Habilidades e Competências ao final dos quatro primeiros períodos letivos da graduação. A disseminação dessa experiência institucional pode facilitar o conhecimento dos próprios participantes e de outras instituições que se interessem em executar o OSCE. OBJETIVO: Analisar a aplicação do Teste de Habilidades e Competências para o curso de Medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde, descrevendo sua estrutura, o planejamento e o resultado das estações. MÉTODO: Estudo descritivo. Relato de experiência realizado através de questionário e coleta de dados para análise documental. O local de estudo foi a FPS, entre março de 2018 e fevereiro de 2019. Coordenadores e docentes que participaram como avaliadores ou organizadores do THC entre 2006 e 2018 foram convidados para responder ao questionário, elaborado pelo pesquisador, que utilizou a ferramenta SWOT em sua confecção. Os participantes puderam pontuar as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades do THC. As sete respostas mais prevalentes em cada um dos itens foram compiladas num quadro. No segundo instrumento de coleta de dados, foi registrado espaço físico, recursos humanos, características das estações, blueprints, critério de avaliação, estratégia de feedback e resultados das estações nas edições do THC contempladas no período de estudo. Para análise dos dados foram seguidas etapas de pesquisa documental e a relação entre as variáveis categóricas foi feita a partir de cálculos percentuais. A pesquisa obedeceu aos critérios éticos da Resolução 510 de abril de 2016. RESULTADOS: Foram realizadas 26 edições do THC na FPS entre 2006 e 2018. 378 estações foram formuladas, com um total de 6940 alunos avaliados. O local do THC incluiu o hospital-Escola, o Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, entre 2006 e 2014, e o campus da FPS a partir de então. Neste local, os circuitos puderam ser quadruplicados pela existência de estrutura física maior para alocação das estações. A equipe participante por exame variou de 41 a 57 profissionais de apoio técnico, docentes e coordenadores. As estações sempre foram em número de sete, cada uma com duração de três minutos e, a partir de 2015, foram formuladas a partir de blueprints englobando as áreas de semiologia, comunicação, procedimentos, anatomia ou imagem. O feedback do avaliador para o estudante sempre foi dado dentro do tempo da tarefa. As orientações foram dadas através de envelopes com informações das estações para os avaliadores, bem como pelo sistema de som para chamada e alocação dos estudantes. O critério de avaliação sempre pontuou a realização da tarefa como adequada ou inadequada. Globalmente, 72,15% das estações tiveram como resultado adequado, sendo que o pior resultado foi o do grupo de estações de anatomia e imagem, com 36,5% de inadequados, e o melhor resultado foi o de procedimentos, com 21,5% de inadequados. Dos doze convidados, dez participaram da pesquisa e a média de tópicos descritos para cada item do formulário SWOT foi de sete, então foram relatados os sete mais prevalentes. Dentre as forças, foram citadas motivação intrínseca, possibilidade de feedback, de debriefing, avaliação integrativa, utilização de modelos, validade externa e possibilidade de registro audiovisual; como fraquezas, necessidade de grande número de profissionais, risco de avaliação díspar, estrutura física inicial insuficiente, ausência de atores, interação prévia deficiente entre os tutores, além do medo e ansiedade dos estudantes; dentre as oportunidades, fragmentação do teste, integração dos tutores, estímulo à criatividade, possibilidade de aprendizagem significativa, criação de um centro de simulação, formação de massa crítica e reflexão sobre o currículo; por último, ameaças apontadas foram indução ao erro, banalização do teste, divergências de opiniões, parcialidade na avaliação, repetição de cenários, alto custo e vazamento de questões. CONCLUSÕES: Houve certa limitação do estudo ao avaliar apenas uma das várias ferramentas avaliativas da FPS. Além disso, os registros institucionais apresentam lacunas de informações em alguns períodos. De toda forma, este estudo foi capaz de mostrar que o THC envolve grande número de profissionais e a estrutura física é importante para avaliar um crescente número de estudantes. A formulação de blueprints possibilitou a avaliação de várias competências, bem como a validade e a reprodutibilidade do exame, e o feedback é estratégia imprescindível para consolidação da aprendizagem. Existem variações de como o OSCE é aplicado desde sua introdução e entre diferentes instituições. A disseminação de sua prática deve ser acompanhada por contínuo aprimoramento. Novos estudos precisam avaliar o impacto dessa forma de avaliar. A associação de diferentes formas de avaliação é um caminho, pois pode aproveitar o que há de melhor em cada método e atenuar as falhas existentes.
Description: Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Educação para o Ensino na Área de Saúde
URI: http://repositorio.fps.edu.br/handle/4861/197
Appears in Collections:TCC (Dissertações)

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