Percepções da gestão sobre práticas de promoção da saúde mental no trabalho durante a pandemia: um estudo transversal

Abstract

RESUMO INTRODUÇÃO: O mundo vem passando por significativas transformações, caracterizando-o como complexo e incerto, como o ocorrido em 2020 com a pandemia COVID-19, uma crise sanitária que impactou nações nos aspectos de saúde e socioeconômicos. Empresas precisaram se reorganizar diante dos protocolos indicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para impedir o avançamento do vírus. Com esse redesenho de práticas, muitas organizações aceleraram processos de transformação digital e junto a isso, as demandas psicológicas no trabalho tornaram-se alvo de pesquisa por muitas instituições. Ao mesmo tempo em que se busca a continuidade do negócio, pessoas precisam estar bem mentalmente para produzir de maneira sustentável, sendo a gestão, elemento principal por levar as empresas aos resultados propostos, mas também, por cuidar de gente, especialmente em cenário de crise, em que esses aspectos devem ser considerados expressivamente. OBJETIVO: Este trabalho se propôs analisar a percepção de gestores(as) sobre as estratégias e práticas direcionadas à saúde mental no trabalho durante a pandemia COVID-19. MÉTODO: Foi realizado um estudo descritivo transversal e analítico com metodologia mista: quantitativa e qualitativa. A amostragem foi por conveniência, sendo a seleção feita de maneira aleatória e não probabilística. Participaram gestores(as) em empresas no Brasil durante a pandemia, com tempo de experiência no cargo a partir de 01 ano. A coleta de dados foi realizada via formulário eletrônico online, com 40 perguntas não obrigatórias, divididas em 03 categorias, 1) Perfil Sociodemográfico, 2) Perfil Profissional e Modalidade de trabalho e 3) Iniciativas de desenvolvimento da liderança e saúde mental no trabalho, utilizando a técnica snowball sampling, disparada em canais de divulgação, como o Linkedin, Instagram e Grupos de Whatsapp. Os dados foram analisados por meio do software estatístico Statistical Package for the Social Sciences 13.0 (SPSS 13.0), tendo como base o método de pesquisa qualitativa de Minayo. A pesquisa seguiu as diretrizes do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e resolução 510/16 da CONEP vide CAAE 62968722.9.0000.5569. RESULTADOS: Os resultados desta dissertação serão apresentados por meio de dois produtos, um artigo científico e um roteiro de produto técnico para formato de vídeo sobre os achados da pesquisa e que será disponibilizado no repositório acadêmico. Neste estudo, participaram n=109 gestores(as), sendo em sua maioria: n=63 mulheres, n=74 pessoas casadas, n=72 residindo em Pernambuco, n=86 com pós-graduação completa, n=77 atuando no ramo de Indústria e n=99 com mais de 3 anos de atuação na gestão. CONCLUSÃO: Os dados indicam que as empresas no Brasil implementaram novas ações em saúde mental na gestão organizacional com o surgimento da pandemia, como foi observado nas respostas a respeito da percepção dos(as) participantes sobre o nível de atuação das empresas em saúde mental, sendo n=10 pessoas avaliando como alto, n=52, médio e n=47, baixo, antes da pandemia e, n=11, alto, n=60, médio e n=38, baixo, durante a crise sanitária, bem como, n=90 afirmaram não ter, em suas empresas, um programa de promoção de saúde mental eficaz antes da pandemia e n=64, durante. Os achados na análise das perguntas abertas também contribuiram para o estudo e foram classificados em n=13 práticas complementares às sinalizadas nas perguntas objetivas desta pesquisa. Tais descobertas neste estudo inferem que a percepção sobre práticas em saúde mental nas empresas ainda é inferior, comparando o antes e durante a pandemia, confirmando a hipótese de que, para o grupo pesquisado, empresas no Brasil ainda não estão preparadas, a nível de gestão, para promover a saúde mental no trabalho. Palavras-chave: COVID-19; Gestão de Pessoas; Saúde Mental