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Title: O dependente químico de crack e a compreensão do tratamento em uma unidade de acolhimento mantida pelo SUS
Authors: GALINDO, Norma Lucia Maia
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Mestrado Profissional em Psicologia da Saúde
Keywords: Crack
Dependência
Tratamento
Internamento
Issue Date: 2019
Abstract: Cenário: O uso de crack está entre as principais causas de busca de atendimento em saúde pelos usuários de drogas ilícitas no Brasil. Devido aos problemas relacionados à dependência química do crack, como desnutrição, desidratação, problemas respiratórios e cardiovasculares, disfunção sexual, problemas nos relacionamentos, na família e no emprego, entre outros, alguns usuários optam pelo internamento voluntário para tratamento em Unidades de Acolhimento (UA) mantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Compreender o tratamento de dependentes químicos que estejam internados em uma Unidade de Acolhimento da Região Metropolitana do Recife, a partir de suas perspectivas. Método: Pesquisa qualitativa realizada com dependentes químicos de crack do sexo masculino. Os dados foram coletados por meio de um questionário sociodemográfico, um roteiro de entrevista semiestruturada e as informações contidas nos prontuários. Os dados coletados na entrevista foram audiogravados, transcritos e analisados através da técnica de Análise Temática de Conteúdo. Esta pesquisa seguiu as normas da Resolução 510/16 do Conselho Nacional de Saúde, e foi aprovada pelo Comitê de Ética da Faculdade Pernambucana de Saúde (vide parecer nº 2.624.089). Resultados: Como produtos desta dissertação, foram produzidos um artigo conforme as normas da Revista SMAD - Revista Eletrônica de Saúde Mental Álcool e Drogas (ANEXO I), classificação B1 na área de Psicologia e um relato de experiência para a Revista IJHE – Interdisciplinary Journal of Health Education (APÊNDICE E). Foram entrevistados 7 dependentes químicos com idade entre 18 e 38 anos, internados em uma UA. Alguns vivem em situação de rua e outros moram sozinhos, poucos relataram ter profissão. A Partir da fala dos entrevistados, foram identificadas 4 categorias: 1) o que facilita o tratamento: essa categoria é representada pelo desejo de se tratar (reconhecido por eles como um aspecto essencial para a eficácia do tratamento), pelo internamento voluntário (pois eles reconhecem que a UA oferece um tipo de proteção estratégica durante o período de maior vulnerabilidade em que se encontram), pelas regras e normas de funcionamento da UA (que lhes permite uma reorganização de si mesmo a partir da reflexão da sua vida como dependente químico); 2) as estratégias pessoais de enfrentamento à dependência, por meio da evitação dos contextos de uso (o que ajuda o dependente a não mudar o foco do tratamento), planos para o futuro (que possibilita ao dependente químico sua reconstrução enquanto ser social, e sua reinserção em uma nova vida), ocupação e família (que levam à motivação para continuar no tratamento), recordações (que tem o potencial de alerta para as recaídas); 3) o que dificulta o tratamento, como o tipo de relação estabelecido com os técnicos (que reflete o desejo deles em receber um tratamento mais humanizado), e o convívio com os outros dependentes em tratamento; 4) sobre a Redução de Danos, percebida pelos usuários como uma forma de aderir ao tratamento, por permitir mais autonomia no autocuidado, particularmente no que diz respeito ao uso da Cannabis Sativa como forma de minimizar os efeitos da abstinência do crack. Na opinião dos entrevistados essa melhoria se dá pela inclusão social, pela recuperação dos vínculos familiares e amorosos que se encontram fragilizados ou até rompidos, e pela reinserção do dependente químico do crack no mercado profissional. Conclusão: A UA é um dispositivo da Política de Saúde Mental que é compreendida pelas estratégias de enfrentamento de dependentes de crack, tem como objetivo organizar a assistência às pessoas com necessidades de cuidados específicos, incluindo a dependência de substâncias psicoativas como o crack e a cocaína, e é um lugar onde os usuários da rede possam sentir-se acolhidos, abrigados e protegidos. Embora o sistema não agrade a todos, em geral os usuários reconhecem que a UA permite desenvolver formas pessoais de enfrentamento da doença, que ajudam no tratamento e melhoram sua qualidade de vida. Reconhecer os seus fracassos e as superações é bastante complexo durante o avanço no tratamento; entretanto eles entendem como sendo algo importante na busca da sua recuperação.
Description: Dissertação apresentada pela mestranda Norma Lucia Maia Galindo como parte integrante dos requisitos para a qualificação da dissertação do Mestrado Profissional em Psicologia da Saúde da Faculdade Pernambucana de Saúde – FPS, sob orientação da Profª. Dra. Isabelle Diniz C. Leite e co-orientação da Profª. Dra. Waleska de Carvalho Marroquim Medeiros. Linha de pesquisa: Processos Clínicos e os Ciclos da Vida.
URI: http://repositorio.fps.edu.br/handle/4861/183
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