Qualidade do sono e sua associação com transtornos mentais comuns em estudantes de medicina: um estudo transversal

Abstract

RESUMO Introdução: Conhecer sobre o sono, sua arquitetura e correlacioná-lo com questões de ordens cognitivas, comportamentais e emocionais é desafiador. Os distúrbios do sono estão cada vez mais presentes na sociedade, afetando a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos. Estudantes de medicina parecem estar mais sujeitos a desenvolver desordens do sono, devido a carga horária acadêmica intensa e integral durante os seis anos de graduação. A má qualidade do sono pode estar associada à manifestações de transtornos mentais comuns como estresse, depressão e ansiedade, ocasionando repercussões na saúde mental. Objetivo: Avaliar a qualidade do sono e sua associação com transtornos mentais comuns em estudantes de medicina. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, cuja amostra foi composta por estudantes de medicina de uma faculdade especializada em saúde. Os dados foram coletados utilizando-se um questionário sociodemográfico, o índice de qualidade do sono de Pittsburgh (PSQI-BR) e a escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21). Aspectos Éticos: A pesquisa seguiu os princípios da Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Pernambucana de Saúde (CEP/FPS), CAAE: 74263723.6.0000.5569, assegurando o respeito aos direitos dos participantes. Resultados: Participaram do estudo 137 estudantes de medicina de três anos distintos do curso, maioria mulher, branca, solteira que vive com família ou amigos, 8% recorre ao uso de medicações para dormir e 46,7% relatou problemas no sono antes de iniciar o curso. Identificou-se que 56,2% apresenta qualidade do sono ruim, 25,5% apresenta sintomas de depressão que variam de leve a severo, 35% de sintomas de ansiedade de leves a severo e 48% sintomas de estresse leves a moderados. Entre os alunos com qualidade de sono ruim, predominam níveis moderados de depressão, ansiedade e estresse em 13%, 10,4% e 3,9%, respectivamente. Os resultados demonstram a necessidade de intervenções para melhoria da qualidade do sono neste grupo populacional. Os resultados desta dissertação foram apresentados no formato de dois produtos, um artigo científico e um e-book elaborado com base nos dados da pesquisa objetivando contribuir para a orientação e psicoeducação sobre a higiene do sono. Conclusões: Foram identificados aspectos importantes relacionados a saúde mental dos estudantes de medicina. A qualidade de sono ruim foi relatada por mais da metade dos participantes e para alguns esta problemática era presente desde antes do início do curso. Além disso, foram presentes níveis importantes de depressão, ansiedade e estresse. Os achados deste estudo ressaltam a necessidade crítica de estratégias efetivas para melhorar o sono e a saúde mental dos estudantes de medicina. Orietações de higiene do sono surgem 7 como uma iniciativa promissora, proporcionando aos estudantes um recurso acessível para o manejo do sono e a mitigação de transtornos mentais. Este tipo de recurso educativo almeja não somente elevar a consciência sobre a importância do sono saudável, mas também servir como uma ferramenta prática para estudantes e profissionais da saúde. Palavras-chave: Qualidade do sono. Transtornos mentais. Saúde mental. Graduação. Medicina.