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http://repositorio.fps.edu.br/handle/4861/1117
Full metadata record
DC Field | Value | Language |
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dc.contributor.author | GARCIA, Melissa Neves | - |
dc.contributor.author | MELO, Mônica Cristina Batista de | - |
dc.date.accessioned | 2024-04-15T19:00:55Z | - |
dc.date.available | 2024-04-15T19:00:55Z | - |
dc.date.issued | 2023 | - |
dc.identifier.uri | http://repositorio.fps.edu.br/handle/4861/1117 | - |
dc.description | Dissertação apresentada à banca avaliadora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Faculdade Pernambucana de Saúde – FPS, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia da Saúde. | pt_BR |
dc.description.abstract | RESUMO Introdução: A presente dissertação aborda a violência realizada contra mulheres e pessoas do gênero feminino, um fenômeno complexo caracterizado por manifestar-se em diferentes âmbitos. Apresenta-se como uma das principais formas de violação dos direitos humanos, além de um problema de saúde pública multifatorial. Objetivos: Analisar a vivência, tipologia e aspectos desencadeadores da violência em mulheres. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, utilizando o método combinado, do tipo corte transversal, com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de um questionário e uma entrevista, ambos elaborados pelas pesquisadoras. O questionário, com perguntas sociodemográficas, tipológicas e descritivas dos contextos de violência, foi encaminhado através de link do Google Forms, utilizando a estratégia Snowball Sampling para recrutamento de participantes. As entrevistas, norteadas por um roteiro de perguntas semiestruturadas, foram realizadas de forma remota, gravadas, transcritas e analisadas de acordo com o método de análise temática de conteúdo proposto por Minayo. A amostragem foi por conveniência, contando com 325 participantes para o questionário. A entrevista foi realizada com 28 participantes selecionadas por sorteio dentre as que revelaram ter sofrido violência por meio do questionário, obedecendo ao critério de saturação do conteúdo para determinar o término do processo de recrutamento de participantes. A pesquisa obedeceu aos critérios éticos da Resolução 510/2016, iniciando a coleta apenas após a aprovação no CEP-FPS (CAAE 65698322.7.0000.5569). Resultados: no estudo de corte transversal, a idade das participantes variou de 18 a 67 anos. 66,61% das mulheres se declararam brancas, 54,46 são católicas, 68,92% possuem formação superior completa e 77,23% possuem fonte de renda própria. 45,23% das participantes se declaram separada, seguida por solteira (35,69%), divorciada (10,76%), casadas (5,84%) e em união estável (1,53%). Cerca de 30,15% possuem de 2 a 3 filhos, e 20% com apenas 1 filho. Na parte tipológica do questionário, a violência psicológica foi a mais comum com 61,23% das participantes se declarando vítimas, seguida pela violência moral com 41,54%, violência física com 29,23%, violência sexual com 26,15% e violência patrimonial com 16%. Ao somarem-se com as respostas da parte descritiva do questionário, a violência psicológica foi apontada por 80% das participantes, seguida pela violência moral com 68,13%, violência física com 54,53%, violência sexual com 30,12% e violência patrimonial com 24,15%. Como resultado da abordagem qualitativa, estabeleceu-se cinco categorias temáticas: Percepção e reconhecimento das violências vividas; Sentimentos relacionados à vivência da violência; Perfil do agressor; Fatores desencadeadores da violência; Estratégias de enfrentamento e fatores de proteção; Procura por serviços de saúde e proteção. As entrevistadas percebem a violência como algo agressivo e invasivo, que transpõe os limites. Apenas as violências física, psicológica e sexual foram identificadas tipologicamente, havendo dificuldade na identificação de violência patrimonial praticada por pais e cuidadores, e de violência sexual perpetrada por parceiro íntimo. Foram relacionados com a experiência de violência os sentimentos de medo, impotência, vergonha, culpa, raiva e resiliência. A maior parte das violências relatadas se deu no ambiente intrafamiliar. Foram identificados como agressores os pais, irmãos, padrastos, avô, parceiro íntimo, amigo próximo e desconhecido. Dentre os fatores desencadeadores apresentados estão a cultura machista, a misogenia, a condição financeira, a saúde mental do agressor, o uso de álcool por este, a dependência emocional e financeira da vítima e a transmissão transgeracional da violência. Como estratégia de enfrentamento foram apresentadas a proximidade da família e de amigos, o conhecimento da violência e dos direitos, o coping religioso, a independência financeira e a sublimação pelo trabalho e pelo estudo. Parte das mulheres declara não procurar serviços de saúde e proteção por medo, vergonha e desconhecimento. Das que procuraram, parte relata uma experiência traumática indicando despreparo das equipes. As demais procuraram serviços especializados por indicação ou conhecimento prévio, relatando bom atendimento. Conclusões: De acordo com o estudo de corte transversal conclui-se que a violência psicológica foi a tipologia mais frequente reconhecida pela vítima, seguida pela violência moral, física, sexual e patrimonial, respectivamente. Quando realizadas perguntas exemplificando descritivamente as situações de cada violência, houve um aumento importante dos valores absolutos em todas as tipologias mencionadas. Tais dados remetem a uma dificuldade da identificação da violência mediante 10 tipologia, com reconhecimento após descrição. Quanto aos resultados do estudo de abordagem qualitativa foi possível concluir que a maioria dos relatos descreve violências vivenciadas no ambiente doméstico, tendo por agressores pessoas do convívio familiar. O mapeamento de desencadeadores da violência permite compreender os aspectos que englobam a violência e fundamentar ações à nível de promoção e prevenção de saúde. A autonomia e desenvolvimento financeiro operam como fatores tanto de risco como de proteção, assim como a vivência religiosa. Já o conhecimento e o investimento em trabalho aparecem como eficazes estratégias de enfrentamento através do dispositivo de sublimação, proporcionando ferramentas de proteção financeira. Já o reconhecimento da rede de apoio, saúde e proteção da mulher se mostra como essencial na condução e erradicação da violência. Considerações finais: O estudo, de modo geral, aponta para a dificuldade das participantes de identificar a violência sofrida, através apenas da conceituação tipológica proposta pela literatura. Demonstra, portanto, que o reconhecimento da violência por meio da descrição comportamental dos conceitos parece ser mais acessível ao entendimento. Esse fato evidencia a necessidade de Políticas Públicas voltadas para a Educação em Saúde e para a conscientização dessa população desde a atenção básica, inclusive no que se refere à divulgação nos centros de acolhimento, além da capacitação de profissionais envolvidos. Acrescenta-se também que implementação de campanhas informativas, sobre a descrição comportamental dos tipos de violência por parte da mídia, seria de grande ajuda. Palavras-chave: violência contra a mulher; violência de gênero; fatores predisponentes; promoção de saúde. | pt_BR |
dc.language.iso | other | pt_BR |
dc.subject | Violência contra a mulher | pt_BR |
dc.subject | Violência de gênero | pt_BR |
dc.subject | Fatores predisponentes | pt_BR |
dc.subject | Promoção de saúde | pt_BR |
dc.title | Encontros e desencontros das mulheres e pessoas do gênero feminino com a violência | pt_BR |
dc.type | Other | pt_BR |
dc.contributor.program | Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado Profissional em Psicologia da Saúde | pt_BR |
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